O Halloween e a importância de manter distância do perigo

 

Hoje, gostaria de compartilhar uma reflexão sobre um tema que tem gerado discussões em muitas escolas cristãs: a comemoração do Halloween. Antes de entrarmos no assunto, permita-me contar uma história. Conhece o conto O Cocheiro do Rei? 

Esta narrativa se passa em um reino distante, onde o cocheiro real faleceu, e os serviçais do rei decidiram abrir um concurso para encontrar seu substituto. Muitos homens se apresentaram, demonstrando suas habilidades na condução da carruagem real. Após várias seletivas, restaram apenas três candidatos, e o teste final seria realizado na presença do rei, dentro da carruagem, em um percurso que incluía um precipício.  

No dia da prova, o primeiro candidato se destacou. Ele acelerou e, a 500 metros do precipício, conseguiu frear, mostrando sua destreza e garantindo a segurança do rei. O segundo candidato, mais audacioso, acelerou ainda mais e freou a 300 metros do abismo, para alívio de todos. Mas foi o terceiro candidato quem realmente impressionou. Ele partiu com a carruagem e, antes mesmo de se aproximar do precipício, freou e alterou sua rota, afirmando: “A vida do meu rei é muito preciosa. Do abismo, eu quero distância”. Com essa atitude, ele demonstrou que não se deve flertar com o perigo, e por isso foi escolhido como o novo cocheiro real.  

Assim como na história, muitas vezes nos deparamos com situações em que é necessário tomar decisões que garantam a segurança da missão e visão da escola cristã. Diante desse quadro, alguns educadores têm se questionado sobre a possibilidade de celebrar o Halloween, por isso é essencial que nos aprofundemos na origem e na cultura que cercam essa celebração.  
 
O Halloween, que é associado a temas de morte, medo e travessuras, é o oposto dos princípios da nossa fé cristã. Precisamos reconhecer que não se trata apenas da festa (fantasias); é uma ocasião que pode levar nossas crianças a se aproximarem de conceitos e práticas que não estão alinhados com a nossa missão de preservar a vida, a fé e a cultura cristã.  

Como cristãos, somos chamados a zelar por nossa identidade e a nos afastar de tudo que possa nos desviar do caminho que Deus nos traçou. Precisamos manter distância do abismo, assim como o cocheiro sábio, que entendeu que a segurança do rei vinha em primeiro lugar. Nossa cultura é de alegria e vida, não de medo e tristeza.  

Devemos sempre nos lembrar do que a Palavra de Deus nos ensina em Romanos 12:2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Ao nos afastarmos de celebrações como o Halloween, que podem distorcer a realidade da vida e da fé, reafirmamos nosso compromisso em cultivar um ambiente que promove os valores da verdade, da esperança e do amor cristão.  

Em vez de enfatizar o medo e a escuridão que permeiam essa festividade, podemos promover eventos que celebrem a bondade de Deus e a alegria que vem de viver em Sua presença. Ao direcionarmos nosso foco para atividades que glorifiquem a Deus, ajudamos nossos alunos a desenvolverem uma identidade forte e saudável, enraizada em Sua verdade e amor. Existem inúmeras formas de celebrarmos com alegria e criatividade, promovendo atividades que edifiquem nossas comunidades e fortaleçam os laços entre os irmãos.  

Além disso, ao abordarmos o Halloween com uma perspectiva de afastamento, podemos, com sabedoria, ensinar nossos alunos sobre a importância de discernir entre as práticas culturais e os valores cristãos. Esse é um momento oportuno para promover diálogos sobre a nossa identidade em Cristo e o impacto que as influências externas podem ter sobre nossa cosmovisão. Através de estudos bíblicos, debates e atividades interativas, podemos educar nossos jovens sobre como fazer escolhas que honrem a Deus, mostrando que há alegria em viver de acordo com os princípios do Reino. Essa abordagem reforça nossos pilares da fé e prepara os alunos para serem luz em um mundo que muitas vezes promove o que é contrário à verdade e à vida que encontramos em Cristo. 

Como ACSI, incentivamos as escolas cristãs a refletirem sobre a importância de preservar o que é bom e verdadeiro, mantendo os alunos e suas famílias afastados de práticas que não contribuem para o crescimento espiritual e a formação de caráter. Vamos proteger e preservar a vida, a cultura e os ensinamentos que o Rei nos confiou, lembrando sempre que o verdadeiro propósito de nossa celebração é glorificar a Deus.  

Por fim, convido todos a pensarem com carinho sobre a questão do Halloween em suas escolas e a buscarem caminhos que estejam mais alinhados com os valores cristãos que desejamos transmitir. Vamos juntos construir um ambiente seguro e edificante para nossas crianças.

 

 

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DILEAN MARTINS

Diretora Pedagógica - ACSI BRASIL