Somos Um: Congresso ACSI 2025

Somos Um: Congresso ACSI 2025 reforça a unidade e o compromisso da educação cristã 

Desde a sua fundação em 2003, a ACSI tem desempenhado um papel fundamental no fortalecimento da educação escolar cristã no Brasil. Como uma associação, está comprometida em equipar os educadores cristãos à medida que preparam os alunos academicamente e os inspiram a se tornarem seguidores dedicados a Jesus Cristo. Para isso, a ACSI promove formação continuada, troca de experiências e incentivo à excelência acadêmica fundamentada nas Escrituras. Dentro dessa missão, a realização de congressos nacionais tem sido uma marca da associação, consolidando-se como um espaço de aprendizado, reflexão e comunhão entre educadores cristãos de todo o país. 

O Congresso Nacional de Educadores Cristãos (CNEC) da ACSI em 2025 acontecerá nos dias 2 e 3 de maio, na Igreja Batista Memorial de Alphaville (Av. Tamboré, 1603 - Barueri - SP) e traz o tema "Somos Um", inspirado em João 17:21: "para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste." O evento busca reforçar a unidade entre os educadores cristãos e estimular o comprometimento com uma formação integral, aliando conhecimento acadêmico e perspectiva bíblica. o evento  

 

Um encontro que transforma 

Mobilizar educadores de todas as regiões do Brasil exige planejamento e investimento, mas o impacto desse congresso supera qualquer desafio. Dedicar tempo e recursos à capacitação significa investir no fortalecimento da missão educacional cristã. Para muitos diretores e professores, reorganizar a agenda e viajar até o evento é uma decisão intencional que reflete o compromisso com uma educação transformadora. O impacto vai além dos dias de programação, trazendo renovação, crescimento profissional e um senso de pertencimento à comunidade educacional cristã. 

Mauro Meister, Diretor Executivo da ACSI Brasil, enfatiza: "A unidade da educação cristã no Brasil precisa ser reforçada, e este congresso é um marco para isso. Estar juntos, compartilhar experiências e crescer como corpo de Cristo faz toda a diferença. O evento será um tempo de aprendizado profundo, troca de vivências e fortalecimento do chamado que cada educador recebeu." 

 

Uma programação rica e relevante 

O congresso se apresenta como uma grande oportunidade para crescimento profissional e espiritual. Em edições anteriores, inúmeros educadores testemunharam transformações significativas em sua prática pedagógica e em sua jornada pessoal. Os participantes terão acesso a uma programação rica, abordando temas essenciais como neurociência e aprendizagem, inteligência artificial na educação, a visão cristã do trabalho, sexualidade bíblica, além de workshops voltados para professores de diferentes áreas do conhecimento, capelania escolar e gestão educacional. Dilean Martins, Diretora Pedagógica da ACSI Brasil, destaca: "A capacitação de professores e gestores é essencial para garantir que nossas escolas permaneçam fiéis às Escrituras e ofereçam uma educação de excelência. A cada congresso, buscamos oferecer conteúdo relevante e prático, que possa ser aplicado no cotidiano escolar. O compromisso da ACSI é equipar os educadores para enfrentar os desafios do ensino com sabedoria e firmeza na fé." 

 

 

Uma experiência que fortalece a missão 

Entre os principais benefícios do congresso, estão a atualização sobre temas essenciais para a educação cristã, o contato direto com especialistas e a troca de experiências entre profissionais de diferentes contextos escolares. O evento também cria um ambiente propício para networking entre escolas cristãs, possibilitando parcerias estratégicas que fortalecem o ensino confessional em todo o país. 

Murilo Tchmola, Coordenador de Marketing e Projetos da ACSI Brasil, compartilha: "Meu primeiro congresso com a ACSI foi em 2017 e me lembro de voltar de São Paulo renovado em meu chamado como educador cristão e animado para implementar novas estratégias. Hoje, trabalhando na organização do CNEC, imagino a expectativa dos educadores com a chegada do próximo evento para esse tempo de comunhão e fortalecimento." 

 

Para quem é o congresso? 

O CNEC é destinado a professores da educação infantil ao ensino médio, diretores, coordenadores, gestores educacionais e todos os colaboradores que desejam aprofundar sua compreensão sobre a educação escolar cristã. Pastores e líderes de igrejas que atuam em ministérios educacionais também encontrarão no evento um espaço rico para aprendizado e troca de experiências. 

A educação cristã é um chamado que envolve toda a comunidade de fé, e este congresso reforça essa conexão. 

 

Inscreva-se e faça parte desse movimento 

A inscrição no congresso é um passo fundamental para todos que desejam se manter atualizados e preparados para os desafios da educação cristã. Em um cenário de constantes mudanças e desafios culturais, estar bem preparado é essencial para oferecer um ensino sólido e biblicamente fundamentado. 

Esse congresso é uma oportunidade única para quem deseja fazer parte de um movimento que impacta a educação cristã no Brasil. 

Garanta sua vaga agora mesmo! Inscrições: www.acsi.com.br/cnec2025 

Não perca essa chance de vivenciar um evento que transformará sua caminhada como educador cristão. Que este congresso seja um tempo de aprendizado, renovação e fortalecimento da missão que Deus confiou a cada educador. 

 

 

 

O Papel da Escola Cristã na Educação Digital

Tecnologia, Educação e Pecado:

A Lei como Ferramenta de Transformação em Escolas Cristãs

 

Vivemos em uma sociedade profundamente marcada pela tecnologia. O avanço dos dispositivos eletrônicos trouxe benefícios inegáveis, mas também revelou um problema fundamental: o impacto de um coração caído que utiliza as boas dádivas de Deus de forma distorcida. A necessidade da Lei Nº 15.100, de 13 de janeiro de 2025, que regulamenta o uso de aparelhos eletrônicos nas escolas, nos lembra que o coração humano, sem a devida instrução e transformação, está inclinado ao pecado e à idolatria (Jeremias 17:9). Como escolas cristãs, temos a oportunidade de ir além da obediência legal para sermos agentes de transformação, moldando mentes e corações com uma cosmovisão centrada em Cristo.

 

A Lei: Um Reflexo da Necessidade de Limitação
A Lei não apenas regula comportamentos; ela expõe a necessidade de controle diante das inclinações pecaminosas do ser humano. O uso indiscriminado de celulares e dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes tem promovido dependência, isolamento, comparações destrutivas, e sofrimentos psíquicos. Isso demonstra como o pecado distorce até mesmo as ferramentas criadas para o bem.

João Calvino, em sua exposição sobre os três usos da Lei, ressalta o papel da Lei como uso civil, ou seja, uma forma de restringir o mal e promover a ordem na sociedade. Esse uso é uma expressão da graça comum, que protege o homem das consequências mais severas do pecado. Assim, a regulamentação do uso de celulares se alinha ao propósito divino de conter os efeitos da queda no mundo, ao mesmo tempo que aponta para a necessidade de um coração transformado.

O apóstolo Paulo escreve: “Porquanto, o que a lei não podia fazer, por causa da fraqueza da carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho” (Romanos 8:3). A Lei tem o propósito de proteger e revelar nossa incapacidade de cumprir padrões perfeitos sem a graça de Deus. Nesse contexto, a proibição do uso de celulares em escolas não é apenas uma medida disciplinar, mas um espelho da necessidade de orientação divina.

 

A Escola Cristã: Um Lugar de Restauração
Escolas cristãs têm um papel crucial em transformar a imposição de uma regra em uma oportunidade para discipular os alunos, levando-os a refletir sobre os valores que moldam suas escolhas. A proibição do uso de celulares, quando acompanhada de uma perspectiva bíblica, se torna uma ferramenta pedagógica e espiritual. Ao abordar o problema de forma intencional, a escola pode ajudar os alunos a desenvolverem domínio próprio, gratidão e uma visão redentora do uso da tecnologia. O problema central do uso desordenado da tecnologia não é tecnológico, mas espiritual. A regulamentação, quando acompanhada de ensino bíblico, pode levar os alunos a uma reflexão profunda sobre seu relacionamento com Deus e sua mordomia.

Jesus nos chama a um compromisso de amor com Deus acima de todas as coisas: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mateus 22:37). Esse amor transforma o uso da tecnologia de algo que pode escravizar (1 Coríntios 6:12) para algo que glorifica a Deus.

 

A Tecnologia e o Coração Humano
O problema central do uso excessivo de celulares não está no dispositivo em si, mas no coração humano. As redes sociais, por exemplo, alimentam o desejo por validação externa, a comparação constante e a idolatria da autoimagem. Essas questões refletem o efeito da queda na criação (Gênesis 3) e o afastamento do homem do propósito original de Deus.

Como podemos usar essa realidade para ensinar nossos alunos? Por meio de:
1. Conscientização Bíblica: Ensinar que os ídolos modernos podem ser mais sutis, mas são igualmente destrutivos. “Filhinhos, guardem-se dos ídolos” (1 João 5:21).
2. Moldar o Caráter: Incentivar a prática do domínio próprio como um fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23).
3. Reflexão sobre a Mordomia Cristã: Mostrar que a tecnologia pode ser usada para glorificar a Deus, mas exige sabedoria (Provérbios 3:13-14).

 

A Educação para a Transformação
A implementação da lei deve ser uma oportunidade para a escola cristã desenvolver estratégias que vão além da imposição e trabalham o coração. Algumas iniciativas incluem:
1. Cultivar a Reflexão Interna: Propor debates e devocionais que abordem como a tecnologia pode ser uma bênção ou uma maldição, dependendo do uso. O Salmo 139:23-24 pode ser um guia para os alunos examinarem suas motivações: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração.”
2. Treinar a Disciplina e o Domínio Próprio: Disciplinar o uso do celular é parte de aprender a sujeitar todos os aspectos da vida a Cristo. “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens” (Colossenses 3:23).
3. Criar Espaços de Relacionamento: Sem a distração das telas, os alunos têm mais oportunidades de desenvolver relacionamentos profundos e intencionais, vivendo em comunidade como o corpo de Cristo (Hebreus 10:24-25).
4. Abordar a Saúde Mental: A Lei também exige ações concretas para lidar com o sofrimento psíquico. As escolas cristãs podem promover uma abordagem integral, incluindo momentos de oração, aconselhamento pastoral e apoio emocional. Jesus nos chama a sermos instrumentos de paz: “Bem-aventurados os pacificadores” (Mateus 5:9).

 

Ser Luz em Meio às Trevas
A imposição de uma lei para regular o uso de celulares expõe uma verdade desconfortável: o mundo está cada vez mais perdido em seus próprios desejos. Como cristãos, porém, somos chamados a ser luz (Mateus 5:14-16). A escola cristã tem o privilégio de apontar o caminho da redenção, mostrando aos alunos que a verdadeira liberdade não está em fazer o que queremos, mas em viver conforme a vontade de Deus.

Essa Lei é mais uma oportunidade para sermos um canal que ameniza os efeitos da queda, apontando para o poder redentor de Cristo. Ao lidarmos com a proibição de celulares, temos a chance de discipular a próxima geração para que não apenas obedeçam a uma regra, mas aprendam a viver com sabedoria e gratidão, reconhecendo a supremacia de Cristo em todas as coisas.

 

Uma Lei com Propósito Redentor
A Lei Nº 15.100 nos lembra de que a disciplina externa é necessária por causa da fraqueza do coração humano, mas ela deve ser um ponto de partida, não o fim. A escola cristã tem o chamado de transformar corações e mentes com a verdade do Evangelho, ajudando os alunos a enxergarem além das imposições, para que vivam como discípulos comprometidos com Cristo.

Que possamos usar esta oportunidade para ensinar os alunos a glorificar a Deus em todos os aspectos de suas vidas, inclusive na forma como interagem com a tecnologia. Afinal, como Paulo nos ensina: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” (Romanos 12:2).

 

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ACSI BRASIL

 

 

Sobre Esperar e o Advento

Prometo que não foi de propósito. Não estava bisbilhotando, mas, em um dia de dezembro, muitos anos atrás, enquanto mexia sem rumo pela casa, encontrei algo. Era meu grande presente de Natal, que meus pais tentaram esconder até a manhã de Natal: um boneco de ação do Voltron, o sonho de qualquer menino do ensino fundamental nos anos 1980. No entanto, por mais que eu implorasse, eles não me deixaram brincar com ele antes do Natal. O brinquedo estava agonizantemente ao meu alcance, mas eu tive que esperar. 

Esperar não é algo em que somos bons. De fast-food a refeições de micro-ondas, vivemos em uma era de gratificação instantânea. No entanto, a Bíblia opera em um cronograma diferente, que vai na contramão da idolatria da imediatidade que valorizamos tanto. Somos chamados a ser um povo que espera. 

Podemos determinar o valor de algo pelo quanto estamos dispostos a esperar por isso. Fila de 45 minutos para uma atração incrível? Sem problema. Fila de 45 minutos no drive-thru do fast-food? Difícil. É por isso que acredito que celebrar o Advento além do dia de Natal é tão benéfico para os cristãos. O Advento nos chama a esperar e, na espera, refletir. A palavra Advento deriva do latim adventus, que significa “o que está por vir” e é a raiz da palavra “aventura.” Toda aventura envolve uma espera: aquilo que buscamos ou perseguimos não está imediatamente disponível. Pense no exemplo de Indiana Jones em busca da Arca Perdida. 

Ao celebrar o Advento, ampliamos nosso foco de um dia para quatro semanas (ou dias) de contemplação. Conectamo-nos aos santos do Antigo Testamento em sua espera pelo Messias prometido — a promessa que levou séculos para se cumprir. Paulo, escrevendo aos Gálatas, afirma que, na “plenitude dos tempos,” Deus enviou Seu Filho para redimir aqueles sob a maldição da Lei. Essa “plenitude do tempo” se compara ao processo natural de gravidez mencionado por Paulo ao se referir ao nascimento de Jesus por uma mulher. Bebês nascem quando estão prontos, e Jesus veio ao mundo no tempo perfeito de Deus. Se o Natal é a celebração do nascimento, o Advento é a celebração da espera. 

Mas Israel não esperou apenas nove meses. Deus pediu que eles suportassem séculos de espera por uma promessa feita no Jardim do Éden, quando Ele anunciou que a “semente” pisaria na cabeça da serpente. Essa promessa foi repetida a Abraão, Moisés, Davi e Isaías. Foi sustentada por um povo em escravidão e exílio. E, finalmente, foi cumprida por um bebê em uma estrebaria. 

O brinquedo que esperei era apenas plástico, algo para brincar e descartar com o tempo. O Messias que Israel esperou era nada menos que Deus encarnado, vindo em carne. C.S. Lewis escreveu: “Uma vez, em nosso mundo, uma estrebaria continha algo maior do que todo o nosso mundo.” O infinito contido no finito; o Criador em um berço. 

O valor de algo está diretamente relacionado à nossa disposição de esperar por isso. Por isso, nesta temporada de Natal, em vez de deixar o dia de Natal passar rapidamente entre presentes e encontros familiares, dedique-se a esperar, com propósito e gratidão. Ao fazer isso, conectamo-nos tanto com os santos do Antigo Testamento em sua espera pelo Messias quanto com os santos do Novo Testamento em nossa atual espera pela volta de Cristo, que trará Seu Reino em plena glória. 

Deus cumpriu Sua promessa na forma de uma Criança indefesa; podemos confiar que Ele será fiel à Sua promessa de que Jesus virá novamente como Rei conquistador. 

Apenas espere. 

 

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Sobre o Autor 

Dr. Mitch Evans tem mais de 23 anos de experiência em escolas que seguem a Educação por Princípios do Reino. Atualmente, é professor de Bíblia no ensino médio na North Raleigh Christian Academy e instrutor no programa de doutorado da Escola de Educação da Liberty University. Possui graduação em Microbiologia e Ciências Celulares pela Universidade da Flórida e doutorado em Educação pelo Southeastern Baptist Theological Seminary, onde estudou a relação entre cosmovisão bíblica e educação cristã. Fora da sala de aula, o Dr. Evans e sua esposa, Dawn, estão criando três filhos em Wake Forest, Carolina do Norte. Ele é um entusiasta do esporte, especialmente baseball e futebol americano, torcendo pelos Florida Gators. Além disso, é apaixonado por literatura clássica, filosofia cristã e música, com grande apreço por guitarras e um bom café. 

Visão como Revelação

 

Frequentemente falamos sobre educar nossos alunos a partir de uma perspectiva bíblica, utilizando a Palavra de Deus como fundamento de tudo o que fazemos em nossas escolas cristãs. Embora isso seja essencial e correto, será que seguimos essa mesma abordagem em nosso papel como líderes dessas escolas? Especificamente, ao considerar a direção e o foco de nossas instituições, estamos sendo guiados pelas filosofias do mundo ao nosso redor ou pelo Deus do universo a quem afirmamos pertencer nossas escolas?

Independentemente de nossas escolas serem guiadas por um plano estratégico ou movidas por uma visão clara e inspiradora, esses elementos são fundamentais para uma instituição bem administrada (ou qualquer organização, por assim dizer). Em termos simples, visão responde à pergunta: para onde estamos indo como escola? Ela define a direção e proporciona uma imagem do futuro.

Exemplos de visões claras e inspiradoras incluem:

  • “Somos chamados a ser uma escola que reflete Apocalipse 7, criando acessibilidade para alunos tradicionalmente sub-representados cultural, acadêmica e economicamente.”
  • “Nossa missão é equipar nossos alunos para serem embaixadores de Cristo no mercado global, por meio de oportunidades de vocação e trabalho como missão.”
  • “Deus nos chamou a ser uma instituição que capacita para a vida, preparando cristãos engajados para educação superior, seja em modelos tradicionais ou alternativas não convencionais.”

Cada uma dessas visões chama a escola a traçar um caminho específico para alcançar seus objetivos. Esse caminho é o plano estratégico da escola, que pode incluir metas e iniciativas como criar um centro de serviços acadêmicos, implementar um programa de imersão em línguas estrangeiras ou oferecer oportunidades de educação vocacional.

 

A Importância de uma Visão Clara

Uma escola com uma visão clara e um plano estratégico bem elaborado possui clareza organizacional sobre sua direção. Isso reduz o tempo gasto em reuniões sobre questões irrelevantes para a missão e governação. Além disso, uma visão clara permite uma comunicação eficaz com todos os envolvidos na comunidade escolar, facilitando a captação de recursos, pois os doadores entendem e se entusiasmam com o futuro da escola.

 

De Onde Vem a Visão?

Como líderes, sabemos que somos responsáveis por liderar com visão. Mas, de onde ela vem? No mundo atual, há uma infinidade de recursos sobre liderança. Livros, artigos e conteúdos diversos sugerem que a visão é fruto de autorreflexão, sucessos passados, brainstorming com equipes ou análise de lacunas de mercado.

A Bíblia, no entanto, oferece uma perspectiva diferente. Em Habacuque 2:2-3, lemos:
“Escreva a visão; grave-a em tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo. Pois a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado; ela fala do fim e não falhará. Ainda que demore, espere; porque ela certamente virá e não tardará.”

Henry Blackaby reforça que a visão não é criada por nós, mas nos é dada por Deus. Afinal, a escola que você lidera é sua ou de Deus? E, se pertence ao Senhor, será que Ele não deseja revelar o caminho que devemos seguir?

 

Ouvindo a Voz de Deus

O desafio não está em reconhecer que a escola pertence a Deus, mas em ouvir Sua voz. Vivemos em um mundo barulhento, repleto de distrações e ansiedades, projetado para nos afastar da comunhão com Deus. O inimigo trabalha ativamente para que não ouçamos a voz do Senhor, desviando nossas escolas dos propósitos d’Ele. No entanto, a única maneira de garantir que estamos seguindo uma visão divina é dedicar tempo e esforço para ouvir o que Deus tem a dizer sobre Sua escola.

Mark Sayers, autor e comentarista cultural, afirma: “A detecção precede a direção.” Antes de recebermos a direção de Deus, precisamos aprender a detectar Sua voz. Isso exige paciência e a prática disciplinada de ouvir.

 

Cultivando Intimidade com Deus

A prática da solitude e do silêncio, passando um tempo em quietude com Deus, é um excelente ponto de partida. Ler a Bíblia, orar e registrar pensamentos em um diário, preferencialmente em um ambiente natural, nos ajuda a entrar em sintonia com a voz de Deus. Com o tempo, Deus traz paz e clareza, permitindo-nos discernir Sua direção.

Às vezes, Sua voz virá nesses momentos de silêncio. Outras vezes, será através de um versículo, algo na criação ou em interações com outras pessoas. Estar na presença de Deus nos torna mais atentos para ouvir Sua voz em diferentes contextos e nos dá a capacidade de discernir Sua orientação.

Conforme ouvimos e registramos Suas direções, Deus começa a moldar uma narrativa de visão para Sua escola. Compartilhar esses insights com a equipe de liderança e o conselho da escola, pedindo discernimento em oração, permite que Deus clarifique e confirme Sua visão.

 

A Visão Como Ato de Adoração

Detectar, discernir e liderar com uma visão inspirada por Deus é um ato de adoração. Não se trata apenas de estratégias, mas de intimidade com o Criador, que deseja comunicar Sua vontade a nós e conduzir Sua obra através de nossas escolas.

Que possamos esperar no Senhor, ouvir Sua voz e liderar com coragem, sabendo que a visão que Ele nos dá é para a glória d’Ele e o florescimento do Seu povo.

 

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Sobre o autor

 
Jay Ferguson, JD, PhD, é o diretor da Grace Community School, Tyler, Texas. Ele exerceu a advocacia por 10 anos e, em 2002, se juntou à Grace como diretor de desenvolvimento antes de assumir o papel de diretor em 2003. Ele escreveu extensivamente sobre educação cristã e treinamento de crianças, incluindo seu blog semanal, JaysBlog. Ele pode ser contatado por e-mail em Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
 
 
 
 
 
 
 
 

Preparar Alunos para a Vida Após o Ensino Médio

 

Do Aconselhamento ao Chamado de Vida: Como Podemos Melhor Preparar Nossos Alunos para a Vida Após o Ensino Médio?

“Pai, não faço ideia do que devo fazer depois do Ensino Médio”, disse eu, em 1988, no início do meu último ano na escola. “Filho, você definitivamente vai para a faculdade”, sugeriu meu pai com firmeza, “e pode focar em finanças empresariais. Foi o que seu irmão mais velho fez, e você é bom em matemática.”

Acabei fazendo exatamente isso, além de viajar para Taiwan por seis semanas—parte missão, parte experiência de trabalho—com esse mesmo irmão. No meu primeiro ano como estudante de finanças, consegui um emprego em um banco de cartões de crédito. Minha mentalidade era que, se isso era o que “eu” queria fazer pelo resto da vida, deveria me dedicar totalmente para descobrir.

Dois anos depois, eu estava falhando na faculdade, envolvido em uma fraternidade, sem a garota com quem pensava me casar e sem mais jogar o esporte que amava. No centro dessa desorientação estava uma visão distorcida de quem Deus é e de quem Ele me criou para ser. Eu não tinha uma visão de propósito de vida. Em resumo, minha vida havia se tornado totalmente sobre mim.

Eu não estava sozinho. A maioria dos alunos que concluem o Ensino Médio não tem clareza sobre o que fazer em seguida. Para aqueles que optam por ingressar em uma faculdade, estima-se que 20–50% entram sem decidir uma área de estudo, e 75% dos que declaram uma escolha mudam antes de se formar (Gordon, 1995). Além disso, mesmo para aqueles que aparentemente já decidiram, os fatores que influenciam suas escolhas incluem:

  • Influências da família e amigos;
  • Disponibilidade de emprego e nível salarial;
  • Interesse geral pelo assunto;
  • Assumir que os cursos introdutórios serão agradáveis (Beggs, Bantham e Taylor, 2008).

Segundo Liz Freedman, da Butler University (2013), é alarmante que os alunos tomem decisões significativas baseadas em generalizações e suposições. As instituições de ensino superior começaram a implementar serviços de apoio para alunos indecisos e descobriram que muitos não estão preparados ao declarar uma área de estudo. Freedman afirma que, para escolher um caminho duradouro, é necessário autoconhecimento e uma compreensão do mundo profissional.

 

O Que Estamos Fazendo Como Educadores Cristãos para Preparar Nossos Alunos?

Como educadores cristãos, estamos apenas ajudando os alunos a escolher uma faculdade ou uma carreira? Ou, como fomos “criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou de antemão” (Efésios 2:10) e somos chamados a “andar de modo digno da vocação que fomos chamados” (Efésios 4:1), estamos criando intencionalmente oportunidades para que nossos alunos conheçam e experimentem Aquele que os criou com um propósito único e identifiquem os próximos passos em direção ao chamado especial que Cristo colocou em suas vidas?

Na Delmarva Christian Schools, nossa declaração de missão—“preparar alunos proclamando o evangelho espiritual, acadêmico e fisicamente para conhecerem e fazerem a vontade de Deus em suas vidas”—tem o chamado de vida no centro. Nos últimos três anos, movemo-nos de um programa de orientação tradicional para uma abordagem que edifica a fé dos alunos, mostrando que todas as disciplinas, projetos de serviço, equipes esportivas, grupos de adoração, comunidades e atividades extracurriculares são trabalhados por Deus para prepará-los para serem os embaixadores que Ele os criou para ser (2 Coríntios 5:20).

 

Construindo a Fé

Nosso programa bíblico serve como a base para essa abordagem ao chamado de vida. Para os alunos do terceiro ano do Ensino Médio, oferecemos o curso Chamado Bíblico de Vida (CBV), fundamentado nas cartas de Paulo, que descrevem o chamado dos cristãos para usarem seus dons e forças para servir a Deus. No último ano, os alunos cursam apologética, capacitando-os a defender sua fé cristã em uma cultura que desafia a verdade, a autoridade e o propósito. Os aprendizados desses cursos são integrados em um projeto final de tese.

 

Desenvolvimento Profissional para os Professores

Para preparar nossos professores no vocabulário e na mentalidade do CBV para os alunos do Ensino Médio, oferecemos um programa intensivo de desenvolvimento profissional ao longo de um ano. Esse programa, baseado no curso de chamado de vida do Ron Blue Institute, envolveu reuniões semanais e sessões de formação em horário integral. Isso facilitou uma integração maior entre disciplinas, permitindo que experiências criadas pelos professores e escolhidas pelos alunos se alinhassem melhor com os interesses e talentos individuais dos alunos.

 

Mudando a Mentalidade

Eu acredito que a maior coisa que podemos fazer como educadores cristãos é mudar a mentalidade de “O que eu quero fazer com minha vida?” para “O que Deus quer que eu faça com minha vida?”. Os alunos precisam compreender que foram criados, amados e resgatados por Deus. Devem entender que o chamado de vida é único e revelado pelo poder da verdade de Deus (Salmo 25:5). Em última análise, nossas vidas não são sobre nós mesmos, mas sobre Ele.

 

Passos Práticos

  1. Realize uma análise das escolhas de seus alunos após a formatura.
    Inclua dados quantitativos, como porcentagem de alunos que se matriculam em cursos superiores, optam por programas de dois ou quatro anos, ingressam em instituições cristãs ou seculares, ou entram diretamente no mercado de trabalho. Adicione também dados qualitativos, como entrevistas ou pesquisas com perguntas abertas, como: “Quais fatores são importantes ao tomar decisões sobre a vida após o Ensino Médio?” Analise os resultados e discuta com a equipe de liderança, coordenadores pedagógicos, responsáveis pelo desenvolvimento espiritual dos alunos e membros do conselho escolar.
  2. Mapeie onde o currículo aborda questões sobre a vida após o Ensino Médio.
    Identifique em quais momentos e disciplinas os temas relacionados ao chamado de vida e à escolha profissional são abordados. Pode ser útil criar um mapa visual das experiências e aprendizados dos alunos ao longo do Ensino Médio.
  3. Estruture um plano para integrar o conceito de chamado de vida.
    Com base nos resultados da análise e mapeamento, discuta estratégias para incluir o chamado de vida no currículo e em atividades extracurriculares. Envolva a equipe pedagógica e espiritual para que a abordagem seja intencional e centrada em Cristo.

 

Referências

  • Gordon, V. N. 1995. The undecided college student: An academic and career advising challenge (2nd ed.). Springfield, IL: Charles C. Thomas.
  • Beggs, J., J. Bantham, and S. Taylor. 2008. Distinguishing the factors influencing college students’ choice of major. College Student Journal, 42(2), 381–394.
  • Freedman, L. 2013. The Developmental Disconnect in Choosing a Major: Why Institutions Should Prohibit Choice Until Second Year. The Mentor, an Academic Advising Journal.

 

 

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Sobre o Autor

Matt Kwiatkowski é diretor de instrução nas Delmarva Christian Schools (K–12), em Georgetown, Delaware. Com 22 anos de experiência em educação pública e privada, já atuou no ensino fundamental, médio e superior nos estados da Virgínia, Maryland e Delaware. Matt é apaixonado por desenvolvimento profissional e alinhamento curricular que impactem diretamente os alunos. Ele pode ser contatado pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..