Eu sou péssimo em golfe. Honestamente, nem deveria me chamar de golfista. Pratico tão raramente—quase nunca—que não é surpresa eu ser terrível nisso. Se alguém fosse descrever meu desempenho no golfe, a frase "perdido no mato" certamente se aplicaria. Na última vez que joguei, passei mais tempo fora do campo do que no caminho certo, e muito disso foi, literalmente, no mato. Pelo menos três bolinhas brancas se perderam ali naquele dia. Mas aqui está a verdade: se eu não estiver disposto a praticar, não é de se estranhar que eu nunca melhore no golfe.
Talvez possamos fazer uma afirmação semelhante sobre o ensino. Ensinar é algo que melhoramos com a prática! Há um tipo de refinamento consciente que a maioria dos professores passa nos primeiros anos de profissão. Testamos abordagens, experimentamos, cometemos erros, aprendemos com eles, recebemos orientação, buscamos apoio e aprimoramos nossa prática para melhorar. Podemos nos perder nos detalhes de vez em quando, mas com atenção e cuidado, começamos a acertar o alvo cada vez com mais frequência.
E quanto ao ensino cristão? Às vezes nos perdemos nos detalhes quando se trata de práticas educacionais informadas pela fé? Quero encorajá-lo, caro colega, a reservar um tempo agora para refletir sobre isso e se comprometer a praticar, para não se perder no caminho!
O que quero dizer com "ensinar de maneira cristã"? Um pequeno lembrete gramatical pode ser útil aqui.
Lembre-se de que os substantivos são pessoas, lugares, coisas ou ideias. “Cristão” é certamente um substantivo! E acredito que a palavra funciona melhor como tal: "cristão" literalmente significa "pequeno Cristo". Isso me lembra a bela história da Igreja primitiva relatada em Atos 11:19-30, que inclui este detalhe importante: "Os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez em Antioquia". Os crentes de Antioquia eram tão semelhantes a Cristo que as pessoas ao redor deles lhes deram um nome intencional: cristãos. E eu também reivindico esse nome—quando me chamo cristão, estou fazendo uma profissão de fé; estou dizendo: “Estou tentando ser um pouco mais como Jesus a cada dia!”
Mas "cristão" também pode funcionar como outras partes do discurso. Por exemplo, "cristão" pode servir como adjetivo, usado para descrever substantivos. Assim, podemos falar de uma igreja cristã, um livro cristão ou um carpinteiro cristão. Talvez também possamos descrever uma escola cristã, um professor cristão ou uma educação cristã.
No entanto, pergunto-me: o que exatamente queremos dizer quando descrevemos algo como "cristão"? Por exemplo, o que queremos dizer ao descrever uma escola como cristã? Isso significa que a escola é mantida por uma igreja ou denominação? Que os professores são todos cristãos? Que o currículo está alinhado a uma cosmovisão bíblica? Que atividades devocionais, aulas de Bíblia e cultos fazem parte do ritmo do dia escolar? Que o principal objetivo da escola é formar alunos como discípulos? Talvez várias dessas descrições estejam em operação simultaneamente em uma "escola cristã".
Podemos fazer perguntas semelhantes ao aplicar "cristão" para descrever o professor ou o ensino que ocorre nessa escola. O que faz de um "professor cristão"? O que caracteriza um "ensino cristão"? O desafio é que o adjetivo "cristão" é descritivo, mas pode ter muitos significados possíveis, tornando o uso um pouco vago.
Isso me leva a pensar nos advérbios. Lembre-se de que advérbios descrevem verbos e indicam quando, onde ou como as ações acontecem, e muitas vezes terminam em “-mente”. Portanto, podemos considerar a forma advérbial da palavra “cristão” ao acrescentar “-mente”: cristãmente. Fazer algo cristãmente significa fazer de um modo que ilustre que você está buscando ser como Jesus.
É por isso que eu amo tanto a ideia de ensinar cristãmente: ela me aponta uma direção, dizendo que meu trabalho no ensino faz parte de viver meu discipulado, uma aplicação essencial de como estou me esforçando para ser como Jesus. Ensinar cristãmente é uma questão do coração, uma profunda convicção de que meu trabalho, ao ensinar, é uma maneira de amar ao Senhor com todo o meu coração, alma, mente e força, e amar o próximo como a mim mesmo (veja Marcos 10:28-31).
Há um verdadeiro desafio aqui, no entanto. É relativamente fácil dizer: “Vou seguir a Jesus no meu trabalho como professor”. Na verdade, é muito mais difícil fazer isso! Permita-me oferecer três palavras de encorajamento para aqueles dedicados a esse tipo de ensino cristão.
- Primeiro, ensinar cristãmente significa reconhecer que Cristo é soberano sobre todas as coisas, incluindo sua sala de aula. Se Jesus é Senhor, Ele é Senhor de tudo, e devemos trabalhar para construir Seu reino, mesmo em nosso trabalho diário como professores. Jesus se importa com como você organiza as carteiras em sua sala de aula, como avalia os alunos, e como interage com alunos, pais e colegas. Ser intencional e cuidadoso em todas essas pequenas ações cotidianas é uma expressão tangível de seu compromisso em viver sua fé.
- Segundo, ensinar cristãmente significa viver nosso discipulado dia após dia. Nossa vocação como discípulos é um chamado diário; o próprio Jesus disse: “Quem quiser ser meu discípulo deve negar-se a si mesmo, tomar diariamente a sua cruz e seguir-me” (Lucas 9:23). Não faremos isso perfeitamente, mas a boa notícia é que podemos continuar tentando.
- Finalmente, lembremo-nos de que ensinar cristãmente não é uma obrigação; é uma oportunidade! Temos a alegre chance de expressar nosso amor por Jesus através de nossas aventuras diárias na pedagogia. Em termos práticos, penso nisso como usar os dons e talentos que Deus nos deu, ao máximo de nossa capacidade, para Sua glória, todos os dias.
Ensinar cristãmente é uma coisa incrível e desafiadora. Verdadeiramente, é um alto chamado! Pode ser fácil se perder nos detalhes quando começamos a pensar em quanto nossa fé pode e deve impactar nosso ensino; mas sejam encorajados, amigos. O trabalho diário de ensinar cristãmente é uma oportunidade para viver nossa fé e praticar o seguir a Jesus. Louvado seja Deus por nos convidar a participar da construção de Seu reino, dia após dia!
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Sobre o autor:
O Dr. Dave Mulder é Professor de Educação na Universidade Dordt. Ele ministra cursos de fundamentos educacionais, educação STEM e tecnologia educacional, além de ser o presidente do departamento de Educação. Coapresenta o podcast Hallways Conversations e oferece experiências de desenvolvimento profissional para educadores em escolas na América do Norte. É também palestrante no Instituto de Escolas Florescentes da ACSI.